Alimentação

Alimentação das Aves em Gaiola
Branco Nevado particular cantador em gaiola

Prof. Regis Christiano Ribeiro
Médico Veterinário- CRMVSP1688
Cadeira de Bromatologia e Nutrição Animal - UNIP Grupo VetScience


Aves ornamentais alojadas em gaiola representam um importante desafio para os criadores, que sabem da importância de uma dieta equilibrada. Esse equilíbrio significa fornecer às aves as quantidades ideais de energia e nutrientes essenciais (vitaminas, aminoácidos, minerais).


O não cumprimento dessa exigência fisiológica, seja por falta de um ou mais nutrientes ou por excesso, influenciará em vários segmentos da criação, com conseqüências severas que afetarão a reprodução (queda na postura, aumento de ovos brancos), a incidência e gravidade de doenças respiratórias (peito seco), parasitárias (verminoses, ácaro nasal,), digestivas (salmoneloses, colibaciloses, verminoses, coccidioses) , virais ( bouba).


Esse equilíbrio nutricional torna - se bastante grave quando se associa excesso de um nutriente e carência de outro, como se observa na encefalomalacia (ataques nervosos) ou na distrofia muscular (doença do músculo branco) ou ainda na diátese exudativa (edema subcutâneo de cor vermelho escuro a esverdeado) por excesso de gordura polinsaturada na dieta e falta de consumo de anti oxidante metabólico ( vitamina E).


Outro desafio para o criador: qual (is) matérias primas utilizar na mistura de grãos e na farinhada? Essa preocupação se propaga em duas direções:


Qualidade bromatológica do ingrediente (conteúdo de energia, cálcio, fósforo, proteína, extrativos não nitrogenados, umidade, fibras), enfim dados que nos possibilitem combinar esses ingredientes para se alcançar os níveis adequados de uma dieta balanceada.


Qualidade sanitária dos ingredientes (salmonela, índices de putrefação, toxinas de fungos ou micotoxinas, agrotóxicos). A não observância de cuidados sanitários com os ingredientes é em muitos casos a principal causa de insucesso nas criações de aves ornamentais, tal a sensibilidade desses animais a toxinas e a contaminações bacterianas e fúngicas. Seus níveis tóxicos são medidos em ppm (partes por milhão) ou até ppb (partes por bilhão), o que exemplificando com números seria algo como a presença de 1 grama de agente tóxico por 1 milhão de gramas de alimento a 1 bilhão de gramas de alimento!


O conhecimento da criação e a procura constante de novos métodos para controle da dieta de pássaros de gaiola devem sempre ser perseguidos pelos criadores, principalmente aqueles com um elevado número de pássaros. Para tanto, o criador atento deverá instituir planilhas de controle que contenham o maior número possível de informações sobre alimentos fornecidos, origem, quantidades, consumo, manejo alimentar, peso durante a criação, prolificidade, mortalidade, doenças e outras alterações notadas na criação.


Cuidados na compra e armazenagem dos alimentos se fazem necessários e muitas vezes a utilização de substâncias atóxicas que diminuam a carga de contaminantes dos alimentos ( p. ex.: carcravol Grascon) poderá ser medida preventiva de valia para controle sanitário de grãos e farinhadas.


Outra precaução importante na prevenção de possíveis intoxicações motivadas pela dieta está no cuidado com o uso de produtos destinados à alimentação de aves de produção (frangos de corte, aves de postura).Tais produtos contém, por exemplo, quantidades muito elevadas de selênio. Esse mineral é extremamente importante para ativação do sistema glutatione peroxidase, que combate os peróxidos formados pela oxidação das gorduras, porém seu uso em quantidades elevadas leva a inativação do sistema com conseqüências muito danosas para aves de gaiola, elevando, em muito a mortalidade.


O controle de umidade dos ingredientes armazenados também deverá ser observado para todos os ingredientes de uso na dieta dos pássaros, pois em umidade crescem fungos, que podem produzir toxinas. Lavagem de grãos não retira essas toxinas e muitas vezes nem retira agrotóxicos oleosos, porém aumenta umidade dos grãos, exigindo secagem posterior. Os grãos devem ser armazenados com umidade final ao redor de 10 a 12%.


Clubes de criadores, criatórios grandes, universidades, veterinários especializados em nutrição e clínica aviar deveriam se aliar para um melhor estudo da alimentação de aves de gaiola, combatendo assim o empirismo ao qual a atividade está submetida e incentivando uma criação com alto rendimento. Bons criadores e técnicos da área nós temos no Brasil, basta iniciar. Boas exposições a todos !!!

Alimentando seus canários parte 1

Alpiste: Como já sabemos o alpiste é a principal semente usada na dieta do canário. É rica em hidrato de carbono, proteínas, vitaminas B1 e E, etc. Os hidratos de carbono produzem calorias, mantendo a saúde da ave, facilitando o digestão.

Aveia: Também é uma semente rica em hidrato de carbono exercendo ação benéfica sobre o aparelho digestivo, semelhante ao grão de trigo e arroz com casca.

Colza: Uma semente rica em proteínas, ótima para o desenvolvimento da glândula tireóide, músculos, penas, vísceras, tendões, possui ainda hidrato de carbono, vitaminas, uma semente oleosa e gordurosa, semente de cor escura, em forma de esfera.

Níger: Como a colza esta também é uma semente escura e comprida, é recomendada mais na época de criação mas podendo ser fornecida o ano todo, também possui bastante óleo, sendo um bom fortificante das matérias corantes dos canários.

Linhaça: Também é bastante oleosa, rica em proteínas, é recomendada ser fornecida as aves na época de muda de pena, pois acentua o brilho das penas.

Nabão: É utilizado também nos canários de canto, uma semente macia, é bem oleosa, rica em gordura e hidrato de carbono.

Composição Nutricional das Sementes

Sementes  Hidra. carbono  Gordura  Proteínas  Fibras  Vitaminas
Alpiste        62        51          11         06       B1,E
Aveia          63        06          10        11
Colza          21        41          19        05       A
Níger          20        37          20
Linhaça       20        37
Nabão        22        41          19         05

Areia: Nós criadores sabemos que as aves em geral não possuem dentes, como nos canários o processo de digestão ocorre quando os músculos da moela se contraem triturando os grãos de alimento ingeridos, é nesse processo que a areia desempenha um papel fundamental. É a areia que permite que a "trituragem" que antecede à digestão se proceda de maneira completa, permitindo que a ave possa extrair do alimento todo o seu valor nutritivo. A areia que é ingerida pela ave vai para moela, fazendo as vezes dos dentes, ajudando a triturar e facilitando a digestão dos alimentos. Por esta razão o canário deve sempre ter à sua disposição uma quantidade de areia grossa, lavada e peneirada, se possível; esterilizada e seca ao sol, pode-se acrescentar junto desta areia a casca de ovo que pode ser fervida e moída ou triturado no liquidificador após secar ao sol por alguns dias, a casca não deve ser triturada muito no liquidificador para evitar que vire pó, e que fique num tamanho em que o canário possa escolher, onde junto com a areia irá na moela.

A casca de ovo é uma rica fonte de cálcio o qual é indispensável para a vida das aves. A areia deve permanecer diariamente pois as aves saberão quanto e quando se alimentar.

Carvão: O Carvão vegetal é utilizado como fortificante para os canários, evitando doenças e fornece uma maior resistência às aves, fornecendo ao canário uma vez por mês na seguinte forma: tritura-se o carvão até formar um pó, mistura-se aos poucos o mel puro, até que forme uma pasta farinhada.

Água: Como em todos os seres vivos a maior parte que constitui o corpo é água, como não poderia de ser os canários também possuem água em seu corpo 60%. Uma ave pode ficar sem comer e perder suas gorduras e proteínas e ainda sobreviverá, enquanto que a perca de 15% de água resultará em sua morte.

O canário deve ter a sua disposição um pote de água para beber e outro para se banhar (já visto em outro capítulo). A água a ser fornecida para o consumo da ave deve ser uma água fresca e limpa, livre de impurezas ou mesmo de produtos químicos como cloro, etc; produtos estes que são utilizados no seu tratamento. A água é um dos alimentos que não há substituto, ele só vai ingerir aquela, por este motivo quando tiver de administrar remédios e vitaminas faz-se por via desta, pois a ave será obrigada a ingerir.

No organismo da ave se faz necessário pois a mesma transporta materiais de uma parte do corpo para outra e executa funções importantes na regulação da temperatura do organismo dos canários.

A quantidade de água a ser consumida pelos canários em relação aos alimentos chega a ser numa proporção de 3 partes de água para uma parte de alimento ingerido.

A água deve ser trocada todos os dias, evitando assim o acumulo de limpo nos bebedouros que é prejudicial à ave, evite que fiquem expostos aos raios solares, porque a água esquenta e pode causar diarréia as aves.

Quanto à água de beber em viveiros e voadeiras estas devem ser colocadas do lado externo como nas gaiolas, se não for possível é aconselhável que não se coloque as vasilhas de água debaixo dos poleiros, para evitar que as aves defequem dentro dos bebedouros, podendo contaminar a água.

Lembramos sempre fornecer água limpa e fresca as aves e se possível de mina ou poços artesiano, pois temos notado que a água com cloro vem dando diarréia nas aves. Quando houver excesso de cloro na água (notável pelo cheiro forte e pelo paladar), deve-se fervê-la.

Alimentação parte 2


A alimentação dos canários e outras aves mantidas em cativeiro foi sempre um problema difícil a desafiar a argúcia dos criadores, devida principalmente a delicadeza de seu aparelho digestivo que em menos de uma hora, ingere, digere, absorve e excreta os alimentos.

Na criação de canários o problema se afigura ainda mais complexo devido à diversidade de aptidões exigidas por cada raça; lipocromo, qualidade de plumagem, forma e etc.

Cada criador tem seu método de alimentação, uns criando com muito sucesso, outros com menos.

O canário em liberdade se alimentava de sementes diversas, principalmente das miúdas, mais ricas em proteínas e óleos, larvas, insetos e vermes, que lhes proporcionam proteína animal, frutas e folhas ricas em matérias nutritivas, que lhes completam as exigências alimentares.

No cativeiro o canário se adapta facilmente a um regime alimentar que vai do alpiste e água até os mais sofisticados imaginados pela sagacidade e desejo de acertar dos criadores.

Ao examinarmos o conjunto de alimentos fornecidos aos canários, verificamos que é possível enquadrar tudo dentro de um regime mais simples, sem os perigos das misturas fermentáveis, completando-se com uma nova fórmula bem estudada e conjunto de alimentos que o canário busca na natureza e em harmonia com os alimentos que o criador dá aos pássaros em cativeiro.

Os alimentos ingeridos servem para produzir energia e calor, mantendo vivas as forças que são utilizadas para possibilitar a reprodução da espécie.

As diversas partes componentes do organismo dos pássaros estão em constante renovação, para compensar o permanente desgaste devido a incessante atividade de destruição e reconstituição das matérias que formam parte do ser vivente. Sem entrarmos em maiores detalhes, diremos somente que os princípios básicos que constituem tecidos e os órgãos dos seres vivos são proteínas, gorduras e carboidratos.

Hoje sem a mentalidade empírica de outras épocas, sabemos que o espécime para ser sadio precisa: proteínas, vitaminas, carboidratos, minerais e gorduras. Cada um desses elementos é de vital importância para o pássaro e contribui para um perfeito estado de saúde proporcionando uma longa vida à ave.

Nem todos os alimentos são indispensáveis aos pássaros, por conseguinte, diríamos que os mesmos devem ser classificados em dois grupos: alimentos essenciais e complementares.

No primeiro grupo estão verduras, vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras. No segundo grupo figuram os alimentos complementares e diríamos que os mesmos são "guloseimas", embora alguns deles funcionem como laxante, depurativo e desintoxicante.

Baseado no Grupo de Alimentos essencial diria que cada elemento ali inserido contribuiu com percentual vital para a existência do pássaro, como veremos a seguir.

Carboidrato:

Também chamado de hidratos de carbono, açúcar etc. são assimilados pelo organismo do pássaro e contribuem como fonte de calor e energia, todos os nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) fornecem energia em forma de Kcal, mas o cérebro consegue retirar energia somente dos carboidratos. Cada grama de carboidrato fornece 4.65 kcal de caloria.

Gorduras:

Conhecidas como lipídeos no meio cientifico, esses elementos são essenciais para a formação dos hormônios, na época do frio em algumas regiões são eles que mantém o pássaro vivo, pois além de formarem uma camada isolante no corpo da ave, eles fornecem quase o dobro de energia por grama ingerida, 9.40 kcal.

Proteínas:

As proteínas cumprem no organismo função de produzir energia e calor e são vitais para constituição do tecido muscular, fornecem 5,15 Kcal de energia por grama.

Os três elementos acima são encontrados nas sementes em percentuais variados.

Vitaminas:

Ao tratarmos desse elemento, seremos obrigados a nos ater a maiores detalhes, pois se trata de assunto dos mais complexos e que muita celeuma vem causando aos criadores, sendo que seu uso indiscriminado por parte de alguns criadores sem experiência não traz qualquer benefício ao pássaro, pelo contrário, causarão danos às vezes irreversíveis.

As vitaminas são substâncias ou fatores químicos sem os quais não seria possível a vida. As vitaminas são responsáveis pela viabilidade dos processos metabólicos do organismo, que naturalmente são muito lentos, elas agem como um catalisador e na falta delas há desenvolvimento irregular do pássaro.

Classificação das Vitaminas:

As vitaminas de interesse dos pássaros classificam-se em: A-D-E as mais importantes, seguidas pelas C - complexo B e K, sendo que as do grupo B são encontradas aglutinadas na forma de complexo B. Cada uma das vitaminas citadas tem função específica na sobrevivência dos pássaros razão pela qual nos reportaremos a cada uma delas.

As vitaminas são separadas em dois grupos: Lipossolúveis e Hidrossolúveis;

As vitaminas Lipossolúveis são aquelas que se diluem em lipídeos, ou gordura, e as Hidrossolúveis, por sua vez são aquelas que são solúveis em água.

Vitamina A - Essencial para o crescimento e desenvolvimento do pássaro, mantém a integridade dos tecidos, as plumagens mais sedosas, brilhantes e aderentes. Tem o poder de atuar junto aos órgãos de audição da ave e fazendo com que mantenha um perfeito equilíbrio e forma ereta de agarrar-se ao poleiro, importante também para se evitar a cegueira noturna.

Fontes da Vitamina A - Ela encontra-se em todas as folhas verdes, na casca da maçã, cenoura, laranja, milho amarelo, gema de ovo, leite e óleo de fígado de bacalhau.

Sua Falta ocasiona - Retardamento do crescimento, enfraquecimento, falta de equilíbrio, problemas respiratórios e oftalmológicos.

Vitamina B - Complexo B - Essencial para o sistema nervoso. Previne doenças do fígado, rins e coração.

Fontes da Vitamina B - Quando nos referimos à palavra fonte, queremos deixar bem claro tratar-se de fontes naturais, pois é do conhecimento de todos que nas farmácias e drogarias existe a sinterização química destes elementos na forma de complexo B. Enumeramos as fontes naturais: levedura de cerveja, trigo, cascas de sementes, leite, verduras, gema de ovo, carne e tomates.

Sua Falta Ocasiona - A falta desta vitamina na maioria das vezes produz transtornos digestivos, paralisia dos membros, sendo que os distúrbios de origem digestiva se manifestam quase sempre por diarréia acompanhada da falta de apetite e debilidade geral do pássaro.

Vitamina C - Essencial para prevenir o organismo das enfermidades infecciosas, principalmente do aparelho respiratório.

Fontes de Vitamina C - Encontra-se em todas as frutas frescas e principalmente nas cítricas (laranja, limão, cidra e etc.), é importante lembrar que: embora não aja um sintoma de hipervitaminose (excesso negativo de vitamina no organismo) as fontes de vitamina C também são fontes de ácido cítrico, que como vimos na sessão de Periquitos Australianos, esse ácido destrói a vitamina D3 que é responsável pela absorção e fixação do cálcio no organismo da ave.

Sua Falta Ocasiona - Doença infecciosa em geral, falta de defesa do aparelho respiratório, debilidade e pode provocar escorbuto.

Vitamina D - Também conhecida como a vitamina do Sol, (falaremos da Vitamina D3).

Contribuí para a boa formação dos ossos, viabilizando a absorção do cálcio e fixando nas células, principalmente as células ósseas, mas podendo ser em qualquer célula, desta forma combate o raquitismo a atua como principal item na formação óssea dos filhotes na fase de crescimento.

Fontes de Vitamina D - Ela é encontrada em estado natural no óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, frutas, leite e verduras, e é conhecida como a vitamina do sol, porque o organismo consegue sintetiza-la a partir dos raios UV da luz solar.

Vitamina E - Esta vitamina é o principal fator de reprodução, portanto insubstituível para que haja uma boa fecundação dos ovos na época da criação, ela age na formação dos gametas (óvulos e espermatozóides).

Obs.- Ao administrarmos essa vitamina aos pássaros devemos faze-lo com muito cuidado, pois sabidamente comprovado que o seu excesso produz o efeito contrário, ou seja, podemos tornar o pássaro estéril.

Fontes da Vitamina E - Uma das principais fontes de vitamina E é o óleo de germe de trigo. Também são boas fontes o leite, a gema de ovo e verduras.

Sua Falta Ocasiona - Baixa fecundidade dos ovos. Dependendo de sua falta o pássaro torna-se estéril.

Vitamina K - ou anti-hemorrágica, essencial ao organismo. É através dela que são combatidos os males que atacam a pele, ou seja, as dermatoses.

Fontes da Vitamina K - As principais fontes dessa vitamina são: Tomates, óleo Fígado de Bacalhau e Repolho.

Sua Falta Ocasiona - Vulnerabilidades aos problemas dermatológicos.

Minerais:

Como o último tópico dos alimentos essenciais, nos reportaremos aos minerais, nos atendo somente aqueles de maior importância para os pássaros, porque atuam sobre o metabolismo e são indispensáveis às funções biológicas, segundo a idade de cada pássaro.

Cálcio (Ca):

É indispensável para a formação do esqueleto como também para melhor eficiência do aparelho reprodutor, especialmente o ovário da fêmea. Encontra-se em estado natural no osso moído, na farinha de ostra e em geral em todos os ossos de peixe.

Fósforo (P)

Presente no ADN o fósforo tem um papel muito importante no crescimento celular e interage com o cálcio para a formação dos ossos.

Cloreto de Sódio (NaCl) - Mantém a propriedade física do sangue, a ponto de possibilitar os glóbulos vermelhos sua função de portadores do oxigênio e permitir a dupla decomposição mediante a que o organismo separa os sais do potássio (o principal mineral contido nas substâncias vegetais).

Iodeto de Sódio (NaI)- Influi favoravelmente sobre o aparelho muscular dos pássaros, já que a carência de iodo produz entre outros males, rigidez dos músculos e debilidade de muitos embriões que, alcançando o completo desenvolvimento morrem no ovo, porque não conseguem romper a casca. Já se notou que os pássaros criados em alguns países ou certas regiões perto do mar, que tomam água rica em iodo e potássio e são alimentados com comida iodada, não estão expostos e estas anormalidades.

Potássio, Sódio, Ferro. Magnésio:

São indispensáveis à vida ao processo de crescimento dos pássaros.
Os ossos dos animais compreendidos os pássaros, são formados de fosfato de cálcio. As verduras e as sementes são ricas em fosfato de potássio, porém um grande número de processos fisiológicos requer também a presença de sódio, ferro e magnésio. A carência de ferro se manifesta nos estados anêmicos, com debilitação e enfraquecimento e talvez mortalidade por anemia.

Sulfuretos:

São elementos que constituem a albumina utilizada pelos tecidos do organismo durante o período de crescimento e reprodução. Conseqüentemente devemos ministrar, além do complexo que já falamos, ovo duro, aonde vamos encontra-lo em abundância, tanto quanto na farinha de peixe.

Cobre e Cobalto:

São minerais que atuam como catalisadores no organismo dos pássaros.

Verduras:

As verduras são verdadeiros sustentáculos de todos os seres vivos, visto que suas partes verdes contêm: A maior parte das vitaminas contida na alimentação, fibra e ferro, sem o qual nenhum ser de sangue quente poderia sobreviver.

A razão é simples: este elemento transporta o oxigênio que alimenta o calor, e circulação sangüínea e os processos vitais que dele dependem. Porém, devemos observar com muita atenção quando oferecemos verduras aos pássaros para que as folhas estejam verdes e bem frescas, jamais usando folhas amarelas e pálidas as quais são desprovidas de vitaminas assimiláveis pelos pássaros e que certamente causariam a ave distúrbios digestivos e endócrinos com sérios transtornos à saúde do pássaro.

Nota - A necessidade de calorias de um organismo vivo varia segundo o habitat, a estação do ano, a idade e atividade desenvolvida. Nos meses frios a necessidade de calorias aumenta, aumenta também nos jovens em fase de crescimento. Uma fêmea na imobilidade do choco tem menor necessidade de calorias, que devem ser reduzidas, o mesmo diga-se para os exemplares não utilizados na reprodução nos meses quentes.

Os alimentos verdes ricos em água apresentam menos calorias do que outras substâncias de que os pássaros se nutrem. O aumento ou a diminuição das rações dos vários alimentos, segundo os casos e situações, permite uma adequada alimentação em condições ambientais e das atividades dos pássaros.

Analise Bromatólogica de algumas sementes fornecidas para canários

Sementes  Colza  Cânhamo  Aveia  Alpiste  Painço  Ovo*  Proteínas
Proteínas                  19%    18%        10%    11%       9%     11,9%
Carboidratos            21%    21%        58%    61%     74%      ----
Gorduras                  42%    42%         5%       1%       5%     10%
Fibras                        5%     16%        11%      6%       1%      ----


* (P > 0,05) Dado pouco confiável.


As Farinhadas:

As farinhadas são produtos farináceos, sementes e ovos, são geralmente satisfatória em porcentagem dos nutrientes necessários para o perfeito funcionamento do organismo do pássaro, e classificadas pelo percentual de proteína (nutriente mais caro e de maior dificuldade de obtenção pela parte dos fabricantes), o teor de proteína pode ser diferente em três etapas da vida dos pássaros:

1 - Época de Reprodução - 16 - 18.5%;

2 - Época de Muda - 14.5 - 15.5%;

3 - Época de Repouso - 12.5 - 13.5%.

Sendo na época do repouso uma quantidade pequena de apenas uma "unha" (medida referente ao recipiente no. 2 da christino) duas vezes na semana até duas colheres das de chá duas vezes ao dia para a época de reprodução, ficando na intermediaria a época de muda.

Alimentação e Vitaminas


A alimentação dos canários e outras aves mantidas em cativeiro foi sempre um problema difícil a desafiar argúcia dos criadores, devida principalmente a delicadeza de seu aparelho digestivo que em menos de uma hora, ingere, digere, absorve e excreta os alimentos.

Na criação de canários o problema se afigura ainda mais complexo devido à diversidade de aptidões exigidas por cada raça; lipocromo, qualidade de plumagem, forma e etc.

Canário em liberdade se alimentava de sementes diversas, principalmente das miúdas, mais ricas em proteínas e óleos, larvas, insetos e vermes, que lhes proporcionam proteína animal, frutas e folhas ricas em matérias nutritivas, que lhes completam as exigências alimentares.

Os alimentos ingeridos servem para produzir energia e calor, mantendo vivas as forças que são utilizadas para possibilitar a reprodução da espécie. As diversas partes componentes do organismo dos pássaros estão em constante renovação, para compensar o permanente desgaste devido a incessante atividade de destruição e reconstituição das matérias que formam parte do ser vivente. Sem entrarmos em maiores detalhes, diremos somente que os princípios básicos que constituem tecidos e os órgãos dos seres vivos são proteínas, gorduras e carboidratos.

Hoje sem a mentalidade empírica de outras épocas, sabemos que o espécime para ser sadio precisa: proteínas, vitaminas, carboidratos, minerais e gorduras. Cada um desses elementos é de vital importância para o pássaro e contribui para um perfeito estado de saúde proporcionando uma longa vida à ave.

No cativeiro o canário se adapta facilmente a um regime alimentar que vai do alpiste e água até os mais sofisticados imaginados pela sagacidade e desejo de acertar dos criadores. Ao examinarmos o conjunto de alimentos fornecidos aos canários, verificamos que é possível enquadrar tudo dentro de um regime mais simples, sem os perigos das misturas fermentáveis, completando-se com uma nova fórmula bem estudada e conjunto de alimentos que o canário busca na natureza e em harmonia com os alimentos que o criador dá aos pássaros em cativeiro.

Nem todos os alimentos são indispensáveis aos pássaros, por conseguinte, diríamos que os mesmos devem ser classificados em dois grupos: alimentos essenciais e complementares. No primeiro grupo estão verduras, vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras. No segundo grupo figuram os alimentos complementares e diríamos que os mesmos são "guloseimas", embora alguns deles funcionem como laxante, depurativo e desintoxicante.

Baseado no Grupo de Alimentos essencial diria que cada elemento ali inserido contribuiu com percentual vital para a existência do pássaro, como veremos a seguir.

Carboidrato: Também chamado de hidratos de carbono, açúcar etc. são assimilados pelo organismo do pássaro e contribuem como fonte de calor e energia, todos os nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) fornecem energia em forma de Kcal, mas o cérebro consegue retirar energia somente dos carboidratos. Cada grama de carboidrato fornece 4.65 kcal de caloria.

Gorduras: Conhecidas como lipídeos no meio cientifico, esses elementos são essenciais para a formação dos hormônios, na época do frio em algumas regiões são eles que mantém o pássaro vivo, pois além de formarem uma camada isolante no corpo da ave, eles fornecem quase o dobro de energia por grama ingerida, 9.40 kcal.

Proteínas: As proteínas cumprem no organismo função de produzir energia e calor e são vitais para constituição do tecido muscular, fornecem 5,15 Kcal de energia por grama.

Os três elementos acima são encontrados nas sementes em percentuais variados.

Vitaminas:

Ao tratarmos desse elemento, seremos obrigados a nos ater a maiores detalhes, pois se trata de assunto dos mais complexos e que muita celeuma vem causando aos criadores, sendo que seu uso indiscriminado por parte de alguns criadores sem experiência não traz qualquer benefício ao pássaro, pelo contrário, causarão danos às vezes irreversíveis. As vitaminas são substâncias ou fatores químicos sem os quais não seria possível a vida. As vitaminas são responsáveis pela viabilidade dos processos metabólicos do organismo, que naturalmente são muito lentos, elas agem como um catalisador e na falta delas há desenvolvimento irregular do pássaro.

Classificação das Vitaminas:

As vitaminas de interesse dos pássaros classificam-se em: A-D-E as mais importantes, seguidas pelas C - complexo B e K, sendo que as do grupo B são encontradas aglutinadas na forma de complexo B. Cada uma das vitaminas citadas tem função específica na sobrevivência dos pássaros razão pela qual nos reportaremos a cada uma delas. As vitaminas são separadas em dois grupos: Lipossolúveis e Hidrossolúveis; As vitaminas Lipossolúveis são aquelas que se diluem em lipídeos, ou gordura, e as Hidrossolúveis, por sua vez são aquelas que são solúveis em água.

Vitamina A - Essencial para o crescimento e desenvolvimento do pássaro, mantém a integridade dos tecidos, as plumagens mais sedosas, brilhantes e aderentes. Tem o poder de atuar junto aos órgãos de audição da ave e fazendo com que mantenha um perfeito equilíbrio e forma ereta de agarrar-se ao poleiro, importante também para se evitar a cegueira noturna. Ela encontra-se em todas as folhas verdes, na casca da maçã, cenoura, laranja, milho amarelo, gema de ovo, leite e óleo de fígado de bacalhau. Sua Falta ocasiona - Retardamento do crescimento, enfraquecimento, falta de equilíbrio, problemas respiratórios e oftalmológicos.

Vitamina B - Complexo B - Essencial para o sistema nervoso. Previne doenças do fígado, rins e coração. Fontes da Vitamina B - Quando nos referimos à palavra fonte, queremos deixar bem claro tratar-se de fontes naturais, pois é do conhecimento de todos que nas farmácias e drogarias existe a sinterização química destes elementos na forma de complexo B. Enumeramos as fontes naturais: levedura de cerveja, trigo, cascas de sementes, leite, verduras, gema de ovo, carne e tomates. Sua Falta Ocasiona - A falta desta vitamina na maioria das vezes produz transtornos digestivos, paralisia dos membros, sendo que os distúrbios de origem digestiva se manifestam quase sempre por diarréia acompanhada da falta de apetite e debilidade geral do pássaro.

Vitamina C - Essencial para prevenir o organismo das enfermidades infecciosas, principalmente do aparelho respiratório. Fontes de Vitamina C - Encontra-se em todas as frutas frescas e principalmente nas cítricas (laranja, limão, cidra e etc.), é importante lembrar que: embora não aja um sintoma de hipervitaminose (excesso negativo de vitamina no organismo) as fontes de vitamina C também são fontes de ácido cítrico, que como vimos na sessão de Periquitos Australianos, esse ácido destrói a vitamina D3 que é responsável pela absorção e fixação do cálcio no organismo da ave. Sua Falta Ocasiona - Doença infecciosa em geral, falta de defesa do aparelho respiratório, debilidade e pode provocar escorbuto.

Vitamina D - Também conhecida como a vitamina do Sol, (falaremos da Vitamina D3). Contribuí para a boa formação dos ossos, viabilizando a absorção do cálcio e fixando nas células, principalmente as células ósseas, mas podendo ser em qualquer célula, desta forma combate o raquitismo a atua como principal item na formação óssea dos filhotes na fase de crescimento. Fontes de Vitamina D - Ela é encontrada em estado natural no óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, frutas, leite e verduras, e é conhecida como a vitamina do sol, porque o organismo consegue sintetiza-la a partir dos raios UV da luz solar.

Vitamina E - Esta vitamina é o principal fator de reprodução, portanto insubstituível para que haja uma boa fecundação dos ovos na época da criação, ela age na formação dos gametas (óvulos e espermatozóides). Obs.- Ao administrarmos essa vitamina aos pássaros devemos faze-lo com muito cuidado, pois é sabidamente comprovado que o seu excesso produz o efeito contrário, ou seja, podemos tornar o pássaro estéril. Fontes da Vitamina E - Uma das principais fontes de vitamina E é o óleo de germe de trigo. Também são boas fontes o leite, a gema de ovo e verduras. Sua Falta Ocasiona - Baixa fecundidade dos ovos. Dependendo de sua falta o pássaro torna-se estéril.

Vitamina K - ou anti-hemorrágica, essencial ao organismo. É através dela que são combatidos os males que atacam a pele, ou seja, as dermatoses. Fontes da Vitamina K - As principais fontes dessa vitamina são: Tomates, óleo Fígado de Bacalhau e Repolho.Sua Falta Ocasiona - Vulnerabilidades aos problemas dermatológicos.

Minerais: Como o último tópico dos alimentos essenciais, nos reportaremos aos minerais, nos atendo somente aqueles de maior importância para os pássaros, porque atuam sobre o metabolismo e são indispensáveis às funções biológicas, segundo a idade de cada pássaro.

Cálcio (Ca): É indispensável para a formação do esqueleto como também para melhor eficiência do aparelho reprodutor, especialmente o ovário da fêmea. Encontra-se em estado natural no osso moído, na farinha de ostra e em geral em todos os ossos de peixe.

Fósforo (P): Presente no ADN o fósforo tem um papel muito importante no crescimento celular e interage com o cálcio para a formação dos ossos.

Cloreto de Sódio (NaCl): Mantém a propriedade física do sangue, a ponto de possibilitar os glóbulos vermelhos sua função de portadores do oxigênio e permitir a dupla decomposição mediante a que o organismo separa os sais do potássio (o principal mineral contido nas substâncias vegetais).

Iodeto de Sódio (NaI): Influi favoravelmente sobre o aparelho muscular dos pássaros, já que a carência de iodo produz entre outros males, rigidez dos músculos e debilidade de muitos embriões que, alcançando o completo desenvolvimento morrem no ovo, porque não conseguem romper a casca. Já se notou que os pássaros criados em alguns países ou certas regiões perto do mar, que tomam água rica em iodo e potássio e são alimentados com comida iodada, não estão expostos e estas anormalidades.

Potássio, Sódio, Ferro. Magnésio: São indispensáveis à vida ao processo de crescimento dos pássaros. Os ossos dos animais compreendidos os pássaros, são formados de fosfato de cálcio. As verduras e as sementes são ricas em fosfato de potássio, porém um grande número de processos fisiológicos requer também a presença de sódio, ferro e magnésio. A carência de ferro se manifesta nos estados anêmicos, com debilitação e enfraquecimento e talvez mortalidade por anemia.

Sulfuretos: São elementos que constituem a albumina utilizada pelos tecidos do organismo durante o período de crescimento e reprodução. Conseqüentemente devemos ministrar, além do complexo que já falamos, ovo duro, aonde vamos encontra-lo em abundância, tanto quanto na farinha de peixe.

Cobre e Cobalto: São minerais que atuam como catalisadores no organismo dos pássaros.

Verduras: As verduras são verdadeiros sustentáculos de todos os seres vivos, visto que suas partes verdes contêm: A maior parte das vitaminas contida na alimentação, fibra e ferro, sem o qual nenhum ser de sangue quente poderia sobreviver.

A razão é simples: este elemento transporta o oxigênio que alimenta o calor, e circulação sangüínea e os processos vitais que dele dependem. Porém, devemos observar com muita atenção quando oferecemos verduras aos pássaros para que as folhas estejam verdes e bem frescas, jamais usando folhas amarelas e pálidas as quais são desprovidas de vitaminas assimiláveis pelos pássaros e que certamente causariam a ave distúrbios digestivos e endócrinos com sérios transtornos à saúde do pássaro.

Nota - A necessidade de calorias de um organismo vivo varia segundo o habitat, a estação do ano, a idade e atividade desenvolvida. Nos meses frios a necessidade de calorias aumenta, aumenta também nos jovens em fase de crescimento. Uma fêmea na imobilidade do choco tem menor necessidade de calorias, que devem ser reduzidas, o mesmo diga-se para os exemplares não utilizados na reprodução nos meses quentes.

Os alimentos verdes ricos em água apresentam menos calorias do que outras substâncias de que os pássaros se nutrem. O aumento ou a diminuição das rações dos vários alimentos, segundo os casos e situações, permite uma adequada alimentação em condições ambientais e das atividades dos pássaros.

As Farinhadas: As farinhadas são produtos farináceos, sementes e ovos, são geralmente satisfatória em porcentagem dos nutrientes necessários para o perfeito funcionamento do organismo do pássaro, e classificadas pelo percentual de proteína (nutriente mais caro e de maior dificuldade de obtenção pela parte dos fabricantes), o teor de proteína pode ser diferente em três etapas da vida dos pássaros:

1 - Época de Reprodução - 16 - 18.5%;

2 - Época de Muda - 14.5 - 15.5%;

3 - Época de Repouso - 12.5 - 13.5%.

Sendo na época do repouso uma quantidade pequena de apenas uma "unha" (medida referente ao recipiente no. 2 da christino) duas vezes na semana até duas colheres das de chá duas vezes ao dia para a época de reprodução, ficando na intermediaria a época de muda.

As Sementes: Alpiste: Como já sabemos o alpiste é a principal semente usada na dieta do canário. É rica em hidrato de carbono, proteínas, vitaminas B1 e E, etc. Os hidratos de carbono produzem calorias, mantendo a saúde da ave, facilitando o digestão.

Aveia: Também é uma semente rica em hidrato de carbono exercendo ação benéfica sobre o aparelho digestivo, semelhante ao grão de trigo e arroz com casca.

Colza: Uma semente rica em proteínas, ótima para o desenvolvimento da glândula tireóide, músculos, penas, vísceras, tendões, possui ainda hidrato de carbono, vitaminas, uma semente oleosa e gordurosa, semente de cor escura, em forma de esfera.

Níger: Como a colza esta também é uma semente escura e comprida, é recomendada mais na época de criação mas podendo ser fornecida o ano todo, também possui bastante óleo, sendo um bom fortificante das matérias corantes dos canários.

Linhaça: Também é bastante oleosa, rica em proteínas, é recomendada ser fornecida as aves na época de muda de pena, pois acentua o brilho das penas.

Nabão: É utilizado também nos canários de canto, uma semente macia, é bem oleosa, rica em gordura e hidrato de carbono.

Composição Nutricional das Sementes

Sementes  Hidracarbono  Gordura  Proteínas  Fibras  Vitaminas
Alpiste             62                51           11          06         B1,E
Aveia               63                06           10          11
Colza               21                41           19          05              A
Níger                2                 03           72           
Linhaça            20                37
Nabão             22                41           19           05

AREIA: Nós criadores sabemos que as aves em geral não possuem dentes, como nos canários o processo de digestão ocorre quando os músculos da moela se contraem triturando os grãos de alimento ingeridos, é nesse processo que a areia desempenha um papel fundamental. É a areia que permite que a "trituragem" que antecede à digestão se proceda de maneira completa, permitindo que a ave possa extrair do alimento todo o seu valor nutritivo. A areia que é ingerida pela ave vai para moela, fazendo as vezes dos dentes, ajudando a triturar e facilitando a digestão dos alimentos. Por esta razão o canário deve sempre ter à sua disposição uma quantidade de areia grossa, lavada e peneirada, se possível; esterilizada e seca ao sol, pode-se acrescentar junto desta areia a casca de ovo que pode ser fervida e moída ou triturado no liquidificador após secar ao sol por alguns dias, a casca não deve ser triturada muito no liquidificador para evitar que vire pó, e que fique num tamanho em que o canário possa escolher, onde junto com a areia irá na moela.

A casca de ovo é uma rica fonte de cálcio o qual é indispensável para a vida das aves. A areia deve permanecer diariamente pois as aves saberão quanto e quando se alimentar.

Carvão: O Carvão vegetal é utilizado como fortificante para os canários, evitando doenças e fornece uma maior resistência as aves, fornecendo ao canário uma vez por mês na seguinte forma: tritura-se o carvão até formar um pó, mistura-se aos poucos o mel puro, até que forme uma pasta farinhada.

Água: Como em todos os seres vivos a maior parte que constitui o corpo é água, como não poderia de ser os canários também possuem água em seu corpo 60%. Uma ave pode ficar sem comer e perder suas gorduras e proteínas e ainda sobreviverá, enquanto que a perca de 15% de água resultará em sua morte. Os canários deve ter a sua disposição um pote de água para beber e outro para se banhar (já visto em outro capítulo). A água a ser fornecida para o consumo da ave deve ser um água fresca e limpa, livre de impurezas ou mesmo de produtos químicos como cloro, etc; produtos estes que são utilizados no seu tratamento. A água é um dos alimentos que não há substituto, ele só vai ingerir aquela, por este motivo quando tiver de administrar remédios e vitaminas faz-se por via desta, pois a ave será obrigada a ingerir.

No organismo da ave se faz necessário pois a mesma transporta materiais de uma parte do corpo para outra e executa funções importantes na regulação da temperatura do organismo dos canários

A quantidade de água a ser consumida pelos canários em relação aos alimentos chega a ser numa proporção de 3 partes de água para uma parte de alimento ingerido.

A água deve ser trocada todos os dias, evitando assim o acumulo de limpo nos bebedouros que é prejudicial a ave, evite que fiquem expostos aos raios solares, porque a água esquenta e pode causar diarréia as aves.

Quanto a água de beber em viveiros e voadeiras estas devem ser colocadas do lado externo como nas gaiolas, se não for possível é aconselhável que não se coloque as vasilhas de água debaixo dos poleiros, para evitar que as aves defequem dentro dos bebedouros, podendo contaminar a água.

Lembramos sempre fornecer água limpa e fresca as aves e se possível de mina ou poços artesiano, pois temos notado que a água com cloro vem dando diarréia nas aves. Quando houver excesso de cloro na água (notável pelo cheiro forte e pelo paladar), deve-se fervê-la.

Cada criador tem seu método de alimentação, uns criando com muito sucesso, outros com menos.
ALIMENTAÇÃO PARA REPRODUÇÃO

Aconselhamos usar potes meia lua para água, alpiste e areia;

No centro da criadeira, devemos usar a banheira para a farinhada, sendo que usamos o nabão, a linhaça e a ninger junto a farinhada, diariamente, pois assim não há desperdício e acima de tudo facilita a higiene diária; No período de reprodução usamos 2 ovos para cada colher de farinhada, após o 1o dia de nascimento até o 5o dia, damos somente a gema do ovo, passado na peneira; do 6o dia em diante damos a farinhada completa.

Outro fator fundamental, é os casais gostarem da farinhada, que por ser farta em ovos é essencial par aa alimentação dos filhotes. Contudo devemos alimentá-los moderadamente, para que não se acostumem somente com esse tipo de alimento, pois se faltar a farinhada teremos que substituir por sementes, que para os filhotes são duras e difícil de serem digeridas, fazendo com que eles enfraqueçam no ninho e venham a morrer. Particularmente, em nosso criadouro, produzimos nossa própria farinhada, não fornecemos água filtrada e optamos em não administrarmos vitaminas e nem antibióticos aos nossos canários, pois assim eles tendem a ficar mais rústicos e resistentes, aumentando suas defesas imunológicas. Uma hora antes de desligar as luzes, os alimentamos com folhas de couve, para com isso estimular as fêmeas a alimentar os filhotes antes de irem para o ninho. Uma atenção especial deve ser dada as fêmeas xucras, estas devem ser colocadas nas últimas gaiolas, na parte superior e não mexer nos filhotes antes do 7o dia após o nascimento. Após um tempo fora dessa atividade, este ano iniciamos um novo plantel. E já estamos tirando uma média de 9 filhotes por casal, usando as técnicas acima citadas, as quais já foram testadas com sucesso anteriormente por nós. Desejo a todos os criadores muito sucesso e que possam, aproveitar um pouco a nossa experiência.




Alimentos colorantes para canários de fator Vermelho
Por Curtis Gulick
Revista ABC junho 2005

Na natureza, as aves comem uma grande variedade de insetos, crustáceos, algas, musgos, frutos e bagas.

Destes alimentos, elas recebem e metabolizam vários carotenóides, que acabam por depositar na plumagem.

Na região Centro-Norte dos Estados Unidos da América, o Cardinal apresenta cores bastante mais mortiças durante o Inverno. Nestes meses mais frios, a sua alimentação é majoritariamente constituída por sementes. O Flamingo alimenta-se de plâncton, o qual é rico em pigmentos.

Se forem privados da sua alimentação habitual, ao mudarem a pena perdem a sua bonita cor rosada, ficando tão brancos como um frango de aviário.

Nos Zôos, os Flamingos recebem uma dieta com sumo de beterraba ou Flamen-Oil (mistura de óleo escuro de cenoura e outros óleos vegetais integrais) ou, mais freqüentemente ainda, substâncias pigmentantes disponíveis no comércio especializado.

É assim natural que o Fator Vermelho dessas aves necessite de substâncias especiais para que possa ter expressão na plumagem.

É tão natural fornecer a uma raça de aves de Fator Vermelho concentrados de carotenóides como alimentar uma fêmea em postura com ovos cozidos. Será que as aves selvagens comem ovos para alimentar a sua prole? Não! Antes de serem domesticadas, as aves alimentavam as suas crias com insetos e plantas bravias. E com estas fontes alimentares que o Cardinalito selvagem consegue manter a sua intensa cor vermelha.

Durante os "anos escuros" da canaricultura, as aves coradas "artificialmente" eram simplesmente banidas das exposições. Desde o início, houve uma acesa discussão acerca do que seria uma alimentação colorante. Alguns consideravam mesmo que a utilização de cenouras na alimentação era uma forma artificial de pigmentar aves através da alimentação. A maioria aceitava qualquer tipo de fruta ou vegetais mas eram terminantemente contra a utilização de concentrados. Nesta confusão, era difícil saber onde encaixar a pimenta vermelha. Era impossível impor uma regra e tudo isto só servia para instalar a suspeição e fomentar má vontade entre os criadores. Ninguém admitia utilizar qualquer tipo de alimento colorante e algumas aves de qualidade extraordinária, mesmo que não fossem alimentadas de uma forma especial, eram impedidas de entrar em concursos, por serem suspeitas.

Como conseqüência disto, o seu organismo não dispõe de um mecanismo simples de remoção do que está em excesso. O uso de agentes promotores da cor melhora a aparência das aves e beneficia o seu estado de saúde. NO entanto, o seu uso indevido ou excessivo podem ser prejudiciais. As indicações relativas às dosagens devem ser escrupulosamente seguidas. Como regra prática, qualquer das substâncias pigmentantes pode ser fornecido até que as fezes apresentem uma cor rosada. Este é um sinal de que a ave já atingiu o máximo de quantidade de pigmentante que consegue absorver e utilizar.

Infelizmente, muitos criadores recusam-se a ler ou a seguir as indicações. A água deve ser mantida sempre fresca, pelo que tem que ser mudada diariamente. Isto é duplamente verdade se a água contiver agentes pigmentantes. A água pode estragar-se facilmente, se tiver substâncias pigmentantes dissolvidas e não for substituída freqüentemente. As substâncias químicas devem ser guardadas num local fresco, escuro e seco. Embora não as destrua, o calor, a luz e a umidade fazem com que as substâncias percam potência. Se forem refrigeradas, as substâncias podem durar para sempre, ou quase...

Não há uma idade mínima para começar a fornecer às aves alimentos colorantes.

Noutros concursos, baseados na "honorabilidade" dos participantes, só as aves "preparadas" tinham hipóteses de vencer. Mesmo atualmente, o iniciado é deliberadamente enganado por alguns criadores. Num recente concurso de canários de cor eu ouvi um concorrente premiado, que compra grandes quantidades de concentrados químicos, dizer a um jovem aficcionado: "Alimentos pigmentantes? Eu? Não, eu só utilizo verduras!". Posso afirmar categoricamente que nos últimos vinte anos não houve um único canário de Fator Vermelho que tenha vencido um concurso de canários de cor, que não tenha sido alimentado com uma dieta colorante especial!. Há muitos mitos a envolver a alimentação de canários de Fator Vermelho. Alguns entusiastas acreditam que os carotenóides irão afetar o fígado das aves, reduzindo-lhe de alguma forma a esperança de vida. Isto não é, de todo, verdade. Vá até uma loja de produtos dietéticos e verá o B-Caroteno colocado num local de destaque, destinado à alimentação humana. O B-Caroteno é um antioxidante e pensa-se que desempenha um importante papel na prevenção e cura em processos de doença, incluindo o cancro. O B-Caroteno é uma das substâncias mais importantes na alimentação colorante para canários de Fator Vermelho.

As substâncias utilizadas para melhorar a cor em aves de Fator Vermelho são classificadas como lipossolúveis (solúveis em gordura).

Receita de farinhadas


Farinhada "A" (ração básica)

Aconselhamos que o criador procure em sua região, criadores que já aplicam as farinhadas aos seus canários, para obter informações sobre a quantidade de cada produto, pois o clima é diferente em certas parte do país.

500 gr. farinha de rosca
200 gr. farinha de milho branco
120 gr. Aveia em pó
100 gr. Neston
050 gr. Gerval em pó
001 gr. de Sal

FARINHADA "B"

500 gr, de germe de trigo
500 gr. Farelo de trigo
200 gr. Aveia em pó
200 gr, Fubá (branco)
002 Colheres de sopa de mel
002 gr, de sal

FARINHADA "C'

500 gr. Biscoitos CremCrack
400 gr. Aveia instantanea Quaker
1000 gr Fubá granja granfino
500 gr. Neston 400 gr. Gerval em pó (baunilha)
1000 gr. Farinha Lactea Nestlé
100 gr. Farinha Centeio
100 gr. Farinha trigo integral
1 vidro de "cálcio" "D Rodoxor"
4 gr. sal

FARINHADA "D"

500 gr. Farinha de rosca
100 gr. Farinha de milho branco
100 gr. Farinha de trigo
150 gr de colza
100 gr. Níger

FARINHADA "E"

500 gr. Farinha de rosca
100 gr. Farinha de aveia
2(duas) colheres de sopa de germedetrigotorrado
2(duas) colheres de sopa de neston ou farinha láctea
1 (uma) colher de chá de erva doce

FARINHADA "F"

2 kg Farinha de rosca
1kg Sêmola de milho
250 gr Germe de trigo torrado
1 colher dechá Vitamina E em pó.
1 colher de sobremesa rasa Acetil Metionina.
3 colheres de sopa Dextrol ou Glicose em pó
1 colher de café TM 3+3

Para as fórmulas de farinhada acima pode se aplicar para cada 1 quilo de farinhada 30 gr. de premix.

Somente nesta farinhada "D", acrescentar um copo americano de arroz cozido (sem tempero) e passado na peneira, adicIona-se este arroz a 3 colheres de sopa da farinhada, se o criador quiser pode-se acrescentar uma gema de ovo cozida e passada na peneira.

Alguns criadores afirmam se administrarmos apenas a gema do ovo cozido diminui a escamação nos pés das aves.

Uma mistura de 2 colheres de farinhada para um ovo cozido, em média alimentamos 6 casais.

NOTA: As farinhadas devem ser administradas aos pássaros juntamente com: Para cada ovo cozido passado na peneira ou processado em mix, junta-se 3 colheres de sopa da farinhada. Dois meses que antecede a época de criação é aconselhavel colocar 3 gotas de óleo de fígado de Bacalhau ), para cada ovo a ser misturado a farinhada. E em plena criação colocar 15 gotas de Complexo B (da Roche) para cada ovo.